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Inflação de serviços continua principal ponto de atenção para BC, expõe nota econômica da CNS
A Nota Econômica Semanal que a Confederação Nacional de Serviços (CNS) acaba de enviar para sua base de influencia expõe que a inflação de Serviços teve forte avanço em junho
A Nota Econômica Semanal que a Confederação Nacional de Serviços (CNS) acaba de enviar para sua base de influencia expõe que a inflação de Serviços teve forte avanço em junho. De acordo com o documento elaborado pela assessoria econômica da entidade, em junho de 2025, a inflação de serviços medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) apresentou uma alta de 0,40%, diante de um crescimento em relação aos 0,18% registrados em maio.
“Apesar dessa estabilidade mensal, o acumulado em 12 meses mostra um aumento de 6,18%, que é levemente superior aos 5,80% do mês anterior. Essa diferença pode ser atribuída a uma base de comparação mais baixa em 2024, refletindo as dinâmicas econômicas em curso”. Assim, para a CNS, a inflação de serviços continua sendo o principal ponto de atenção para o Banco Central. “Ainda que o IPCA cheio tenha desacelerado, o comportamento dos serviços indica pressões persistentes associadas à demanda e ao mercado de trabalho. Esse cenário exige cautela na política monetária, principalmente no que diz respeito à calibragem da taxa Selic nos próximos trimestres”.
Principais dados do documento:
O IPCA geral de junho ficou em 0,21%, uma redução em relação aos 0,46% observados em maio.
- Mercado de trabalho aquecido: a taxa de desemprego segue em queda, com crescimento da massa salarial real.
- Demanda doméstica resiliente, especialmente em serviços presenciais.
- Inércia inflacionária: contratos e reajustes baseados na inflação passada ainda pesam.
Período | Taxa |
Junho de 2025 | 0,24% |
Maio de 2025 | 0,26% |
Junho de 2024 | 0,21% |
Acumulado no ano | 2,99% |
Acumulado nos últimos 12 meses | 5,35% |
Mercado de Trabalho:
- A persistência da inflação em serviços está associada à recuperação do mercado de trabalho, com maior renda e consumo de serviços.
- Isso indica uma demanda aquecida, mesmo em um contexto de desaceleração geral da inflação.
Orçamento das Famílias:
- Como muitos serviços são essenciais ou recorrentes, sua alta afeta diretamente o custo de vida da classe média e trabalhadora.
- A inflação percebida pelo consumidor tende a ser mais elevada do que o índice cheio sugere, pois os serviços são mais frequentes no dia a dia.
Expectativas e Credibilidade:
- A resiliência nos preços de serviços dificulta o ancoramento das expectativas de inflação para o centro da meta do Conselho Monetário Nacional (CMN).
- Isso gera incerteza sobre a trajetória dos juros futuros e impacta decisões de investimento e crédito.
- A inflação de serviços segue como um desafio estrutural, com pressões que vêm da demanda interna e do mercado de trabalho aquecido.
- O BC precisará avaliar cuidadosamente os dados de serviços antes de avançar em cortes de juros.
- Para o consumidor, os serviços essenciais continuam pesando no bolso, mesmo com alívio em itens voláteis como alimentos e combustíveis.
- A inflação de serviços tende a persistir quando há aquecimento do mercado de trabalho.
- Mesmo com a política monetária restritiva (juros altos), ela responde com defasagem.
- Essa dinâmica exige cautela do Banco Central na condução da política de juros.